O SINO DO TOMÉ TEIXEIRA
O grande sino dourado tocava alegremente quando as mãos
de José Melillo ou de Seu Peppo o sacudiam várias vezes ao dia, avisando os
horários de entrada, saída e recreio dos alunos, sendo também responsável pela
formação das filas, tudo na mais perfeita ordem.
Naquele tempo, o porão escuro era o
terror das crianças. Tinham muito medo do porão e do esqueleto que diziam
existir ali, a que chamavam de corpo seco. Acreditavam que os alunos mal
comportados eram levados, como castigo, ao porão escuro. Era crença geral.
O Grupo Escolar possuía dois grandes
pátios, separando os alunos por sexo, masculino e feminino, divisão que
continuou até a década de 1940. Nessa década foi construída, ao fundo, do lado
direito do pátio, uma sala comprida para servir a sopa escolar. A escola tinha
os pratos, mas os alunos tinham que levar a colher. A sopa era boa e apreciada
pelas crianças; era vendida no início da aula para quem pudesse pagar dez ou
vinte centavos; os outros tomavam de graça. Além de fornecer uniformes e
material para o estudo, a Caixa ainda oferecia a sopa para os alunos de poucos
recursos.