sexta-feira, 1 de junho de 2012


O SINO DO TOMÉ TEIXEIRA

          O grande sino dourado tocava alegremente quando as mãos de José Melillo ou de Seu Peppo o sacudiam várias vezes ao dia, avisando os horários de entrada, saída e recreio dos alunos, sendo também responsável pela formação das filas, tudo na mais perfeita ordem.
           Naquele tempo, o porão escuro era o terror das crianças. Tinham muito medo do porão e do esqueleto que diziam existir ali, a que chamavam de corpo seco. Acreditavam que os alunos mal comportados eram levados, como castigo, ao porão escuro. Era crença geral.
           O Grupo Escolar possuía dois grandes pátios, separando os alunos por sexo, masculino e feminino, divisão que continuou até a década de 1940. Nessa década foi construída, ao fundo, do lado direito do pátio, uma sala comprida para servir a sopa escolar. A escola tinha os pratos, mas os alunos tinham que levar a colher. A sopa era boa e apreciada pelas crianças; era vendida no início da aula para quem pudesse pagar dez ou vinte centavos; os outros tomavam de graça. Além de fornecer uniformes e material para o estudo, a Caixa ainda oferecia a sopa para os alunos de poucos recursos.